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Lavrov da Rússia e chefe da ONU negociarão acordo de grãos com a Ucrânia na próxima semana

Por Michelle Nichols

NAÇÕES UNIDAS (Reuters) – O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, e o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, discutirão em Nova York na próxima semana o acordo de exportação de grãos no Mar Negro da Ucrânia, apenas algumas semanas antes de o pacto expirar, a menos que as demandas russas em relação às suas próprias exportações sejam atendidas.

Lavrov deve presidir duas reuniões do Conselho de Segurança da ONU enquanto a Rússia ocupa a presidência do órgão de 15 membros em abril. O Embaixador da Rússia na ONU, Vassily Nebenzia, disse que Lavrov e a maior parte de sua delegação receberam vistos dos EUA para viajar a Nova York.

O chanceler russo também se reunirá com Guterres, disse Nebenzia. A Rússia alertou que as perspectivas para o acordo que permite a exportação segura em tempos de guerra de grãos e fertilizantes dos portos ucranianos do Mar Negro após o dia 18 de maio “não são tão boas”.

“Claro, ele falará sobre isso durante sua reunião bilateral (com Guterres)”, disse Nebenzia a jornalistas.

“Nada está se avançando, esforços estão sendo feitos, mas infelizmente são infrutíferos para nós”, disse, referindo-se às tentativas da ONU de ajudar a facilitar as próprias exportações de alimentos e fertilizantes da Rússia, apesar das amplas sanções ocidentais impostas a Moscou pela invasão à Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022.

“Dissemos claramente que queremos ver progresso.”

O acordo de exportação de grãos foi mediado pelas Nações Unidas e pela Turquia em julho de 2022 para ajudar a enfrentar uma crise alimentar global que segundo autoridades da ONU piorou com a invasão da Ucrânia pela Rússia, conflito mais mortal na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.

O pacto foi prorrogado em novembro e, no mês passado, a Rússia só concordou em renovar o acordo por pelo menos 60 dias, metade do período pretendido. Moscou disse que só consideraria uma nova prorrogação se várias demandas em relação às suas próprias exportações fossem atendidas.

(Reportagem de Michelle Nichols)

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